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A tragédia da Sabiaguaba.

Por Professor Rafael Rocha

Por Mais Ceará em 14/11/2022 às 16:01:17

O Parque Natural Municipal das Dunas da Sabiaguaba um dos locais mais importantes da nossa capital, permanece sofrendo pelo abandono e descaso do poder público.

Muito mais que um espaço de turismo e lazer, o local é uma verdadeira biblioteca arqueológica. Nela, foram encontrados sítios arqueológicos Pré-tupis que possuem registros (cerâmicas) humanos que datam de mais de 3.500 anos.

Além do mais, no que diz respeito ao aspecto ambiental e ecológico, as Dunas da Sabiaguaba estão sofrendo um intenso processo de pisoteio de áreas de nidificação (construção de ninhos) de aves, reprodução de tartarugas, fragmentação dos lagos, compactação do solo e intenso deslocamento da face de avalanche das dunas.

É preciso entender que a Sabiaguaba é vital para o município de Fortaleza. Ela presta serviços ecossistêmicos que toda a população se beneficia, por vezes, desconhecendo os benefícios que a área de preservação tem a oferecer. A começar pela proteção dos lençóis freáticos, pelas dunas da região e principalmente, por amenizar o clima de Fortaleza, pois, nesses ecossistemas os bosques de dunas fixas e o manguezal funcionam como grandes bombas de emissão de umidade, refrigerando a cidade e minimizando as bolhas de calor.

Quando discutimos a preservação é necessário destacar o fator humano. No caso da Sabiaguaba, pegando um gancho no tema da redação do Enem/2022, existem comunidades centenárias habitando o local que vivem temerosas com a especulação imobiliária, pois a relação da comunidade com essas dunas é de pertencimento, de tradição, de história e de cultura. São relações que vão além da moradia.

Por fim, é imperativo que precisamos cobrar por parte da prefeitura e demais autoridades políticas que a Sabiaguaba seja vista para além de uma área voltada a prática de esportes, turismo e lazer. Ali, vivem pessoas com seus costumes, modos de vida e tradições, além de ter um grande acervo de animais silvestres, marinhos, alados, terrestres e flora nativa. É preciso entender que são espaços de vida!


Rafael Rocha.

Professor de Ciências Humanas.

Especialista em Ciências Políticas e Gestão Pública.

Fonte: Por Prof. Rafael Rocha

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