O comensalismo no reino animal é uma relação ecológica relativamente harmônica. Essa relação ocorre diante da incapacidade de uma das espécies de praticar a façanha do predatismo. ( Capacidade de sobreviver, conseguir sua própria comida. Na linguagem eleitoral podemos traduzir como a capacidade de conquistar por si próprio seu capital eleitoral, seus votos )
Seguindo na linha de raciocínio estamos falando de uma associação de indivíduos da mesma espécie, ou até mesmo de espécies diferentes, sem ou com poucos prejuízos a ambos, onde uma é o predador e o outro o que se aproveita de seus rejeitos ou sobras alimentares.
A título de exemplificação no reino animal podemos citar o tubarão e a rêmora, o leão e a hiena, o homem e o urubu, os animais carnívoros e os abutres.
Na política existem práticas semelhantes ao comensalismo, claro que dadas as suas devidas proporções.
É comum de tempos em tempos surgirem grandes personalidades políticas que aglutinam vasto rebanho eleitoral e por isso constroem capital político próprio e muitas vezes devido aos seus milhares ou até milhões de eleitores, quase súditos, atraem para seu entorno a tiracolo, uma leva grande de inquilinos políticos que sabem surfar na onda eleitoral obtendo com isso "seus" êxitos.
Dessa forma os tais coadjuvantes políticos se mantém atrelados, a essas grandes ondas de popularidade e ao lado dos seus Czares modernos se portam como verdadeiras rêmoras, hienas, urubus e abutres, fazendo com isso uma alusão ao comensalismo animal em detrimento a classe de aproveitadores.
Pessoas, estas, que não possuem a mínima condição de serem ou representarem o povo em seus anseios mais básicos ou primitivos, pois não tem discurso próprio e nem mesmo vida política consolidada, são verdadeiros parasitas políticos que como papagaios repetem ininterruptamente que são como ministros proclamados quase que por conclave para representar figuras políticas A ou B e com isso tentam a todo custo e de toda forma colar a sua imagem a esse político de envergadura eleitoral consolidada.
No bojo desse estelionato eleitoral temos inúmeras figuras públicas que com suas muletas políticas se posicionam para pleitear cargos de importância vital e estratégica para à sociedade, baseados apenas na falácia e na narrativa de serem o candidato de fulano, ciclano ou mesmo beltrano.
Como espíritos vivem perambulando pelas sombras eleitorais deixadas pelo o rastro de seus mentores após cada eleição e claro sempre pensando na próxima.
Como almas penadas seguem vagando sem matéria, sem corpo, sem ideias e sem vida política. Incorporam discursos e se colocam de forma quase que hereditária como solução clonada para os problemas sociais.
Vale lembrar que o fisiologismo e o patrimonialismo político que querem perpetuar são talvez algumas das maiores mazelas que enfrentamos nos dias de hoje.
Que à democracia brasileira amadureça e que essa pirataria política receba nas urnas a merecida resposta e que seja enfim interrompida essa cadeia alimentar política nociva, falsa e predatória ao povo e a nossa democracia.
Fonte: Rafael Rocha