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Por que desmontaram o Hospital de Campanha do PV?

Erguido no gramado do Estádio Presidente Vargas, o Hospital de Campanha do PV tinha 3.500 metros quadrados de área climatizada, 280 leitos montados para incrementar o sistema de saúde local

Por Mais Ceará em 10/02/2021 às 21:30:16

Foge a racionalidade o desmonte precoce do Hospital de Campanha montado no estádio Presidente Vargas em Fortaleza, afinal a pandemia ainda não acabou. Tratado como um vírus de altíssima contaminação, o COVID 19 paralisou o planeta e fez com que a raça humana repensasse sua conduta de convívio social. A adaptação, quando virtude humana, foi recorrida como caminho a se acomodar diante do maior problema sanitário da humanidade. Mesmo ainda estando inseridos no problema, a Prefeitura de Fortaleza desmontou um hospital de campanha que tinha intuito oxigenar, literalmente, o sistema de saúde do município de Fortaleza.

Erguido no gramado do Estádio Presidente Vargas, o Hospital de Campanha do PV tinha 3.500 metros quadrados de área climatizada, 280 leitos montados para incrementar o sistema de saúde local, e custou milhões aos cofres públicos. O equipamento que não esperou a pandemia acabar, virou caso de polícia, sendo pauta da operação "Cartão Vermelho" da Polícia Federal, que releva dévios de vultuosas quantias empregadas no equipamento hospitalar. Mandados cautelares decorrentes da investigação da Polícia Federal se sobrepunham a inúmeras mortes que povoavam a estatística mórbida que a imprensa divulgava. O gerenciamento da unidade hospitalar foi entregue a uma Organização Social paulista a um custo que beijava os 100 milhões de reais, na sobrevida de menos de um ano.

Diante de diversos relatos de uma segunda onda do Coronavírus mundo afora, o Ceará ignorou completamente relatos do outro lado do oceano, e promoveu aglomeração, eleições, festas e mais comemorações, e a consequência disso tudo escorre para uma nova onda na terra do sol... Previsível! Tudo é consequência das nossas ações. Todavia o gerenciamento público de Fortaleza pecou em ser míope ao ponto de não enxergar mais adiante, e encerrar as atividades do Hospital de Campanha antes da pandemia ser decretada extinta. O Hospital de Campanha funcionava como um estepe para o sistema de saúde da Capital, e tinha importante função de garantir a oportunidade de viver dos que eram acometidos por dispneia. Já em falência, o sistema de saúde nosso é insuficiente, e os leitos do Hospital de Campanha do PV podem ser vitais para salvar vidas agora.

O desmonte do Hospital de campanha do PV foi precoce, irresponsável e sem nenhum critério técnico onde era possível cruzar as perspectivas futuras, o capital empregado e os riscos de sermos novamente acometidos por uma nova reinfecção. Não há gestão sem planejamento, e este, é a capacidade de se programar para o improvável. Não existe gestão sem o olho no interesse público e as ações programadas para o mesmo caminho. Fortaleza pode pagar muito caro pelo desmonte do Hospital de Campanha, e a conta dessa ação precipitada pode ser cobrada muito cara.


Fonte: Jesus da Costa - Administrador de Empresas

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