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Excesso de trabalho eleva em 35% risco de derrame, indica estudo da OMS

Por Mais Ceará em 17/05/2021 às 17:31:38

Além disso, o número de pessoas trabalhando longas horas está aumentando e atualmente é de 9% da população total no mundo, segundo a OMS. Essa tendência coloca ainda mais pessoas em risco de invalidez relacionada ao trabalho e morte precoce.

O resultado deve acender um sinal amarelo durante a pandemia, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus: “O teletrabalho tornou-se a norma em muitos setores, muitas vezes confundindo as fronteiras entre casa e trabalho. Além disso, empresas foram forçadas a cortar, e os que ficaram acabam trabalhando mais”.

O diretor da OMS pediu que governos, empregadores e funcionários entrem em acordo sobre limites, para proteger a saúde. “Nenhum trabalho compensa o risco de derrame ou doença cardíaca.”

“Trabalhar 55 horas ou mais por semana é um sério risco para a saúde e pode levar à morte prematura”, acrescentou Maria Neira, diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS. A advertência se junta a conclusões de economistas de que o excesso de trabalho também reduz a produtividade, entre outros efeitos.

De acordo com o estudo recém-divulgado pelas entidades, o peso das doenças relacionadas ao trabalho foi significativamente maior entre os homens (72% das mortes) e em pessoas com idade entre 60-79 anos, que cumpriram as jornadas excessivas entre as idades de 45 e 74 anos.

O problema também é mais sério em países asiáticos. No Japão, existe até uma palavra específica para “morte por excesso de trabalho”: karoshi. Uma pesquisa de 2016 indicou que mais de 20% dos japoneses faziam mais de 20 horas extras de trabalho por semana. Em 2017, o governo identificou no país 236 karoshis e lançou uma campanha para tentar convencer os japoneses a trabalhar menos.

“É preciso ressaltar que não é bonito ficar muitas horas no escritório”, disse em entrevista à reportagem a governadora de Tóquio, Yoriko Koike, que também lançou uma campanha para tentar reverter a tendência, fortemente consolidada na cultura empresarial japonesa.

A China também registra óbitos por trabalho excessivo, chamados de “guolaosi”. De acordo com a BBC, eles chegam a 600 mil por ano, num país com 1,4 bilhão de habitantes.

De acordo com a OMS, o excesso de trabalho é responsável por cerca de um terço da carga total de doenças relacionadas ao trabalho e o principal fator de risco de doenças ocupacionais.

O estudo cobriu os níveis global, regional e nacional, com mais de 839 mil participantes de experimentos sobre problemas cardíacos e mais de 768 mil participantes de pesquisas sobre derrames no período de 1970 a 2018.

No levantamento, feito em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), foram estimadas 398 mil mortes por AVC e 347 mil por doenças cardíacas, como resultado de jornadas que extrapolaram 54 horas semanais. Entre 2000 e 2016, o número que mais se ampliou foi o de mortes por doenças cardíacas (42%). As provocadas por AVCs cresceram 19%.

Fonte: Banda B

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