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Donos da Havan, Coco Bambu e Tecnisa: Saiba quem são os empresários alvos de operação da PF

Por Mais Ceará em 23/08/2022 às 14:27:04

A Polícia Federal cumpre oito mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira, 23, contra oito empresários acusados de defender, em um grupo de Whatsapp, um golpe de Estado, em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro. A operação cumpre decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que também determinou bloqueio das contas bancárias dos empresários, assim como dos perfis nas redes sociais, tomada de depoimentos e quebra de sigilo bancário dos investigados. As ações correm em cinco Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. E os alvos da operação incluem oito empresários ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), representantes de conglomerados de empresas como Multiplan, Grupo Coco Bambu, Tecnisa, Mormaii, Sierra e do shopping Barra World. Conheça abaixo quem são os empresários e quais suas relações com as mensagens investigadas:

Luciano Hang

Luciano Hang é proprietário do grupo de lojas de departamento Havan, sendo um dos principais apoiadores do atual presidente. Catarinense, de 59 anos, e nascido em Brusque, o empresário está na lista da Forbes entre os 10 brasileiros mais ricos, com fortuna estimada em US$ 4,8 bilhões. No grupo de mensagens, o empresário afirma jamais ter feito declarações favoráveis ao golpe de Estado, afirmando apenas que defendeu mais quatro anos do governo Bolsonaro. Nas redes sociais nesta segunda, ele disse que “foi tratado como um bandido” pelos agentes federais. “Eu nunca falei sobre golpe, minha fala em determinado grupo de Whatsapp foi a seguinte: "Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos'”, escreveu no Twitter, reforçando que sempre defendeu a democracia e a liberdade de expressão. “Estou tranquilo porque não tenho nada a temer”, acrescentou.

Ivan Wrobel

Ivan Wrobel é proprietário da W3 Engenharia, fundada em 1997, no Rio de Janeiro. A empresa se classifica como uma construtora que “entrega empreendimentos que proporcionam uma melhor qualidade de vida, com sustentabilidade”. No grupo de mensagens, ele defendeu que queria ver se o Supremo Tribunal Federal “tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, em referência aos eventos estão marcados para acontecer na capital fluminense, em 7 de setembro. À Jovem Pan, a defesa do empresário disse que o cenário não mudou após atuação da Polícia Federal. “Ivan tem um histórico de vida completamente ligado à liberdade. Em 1968 foi convidado a se retirar do IME (Instituto Militar de Engenharia) por ser contrário ao AI5. Nada na vida dele pode fazer crer que o posicionamento daquele momento tenha mudado”, reforçou.

José Isaac Peres

José Isaac Peres é economista e fundador da Rede Multiplan de shoppings centers, onde é presidente e principal acionista. O primeiro empreendimento do empresário foi a promotora de vendas de imóveis Veplan Imobiliária Ltda, em 1963, seguido pelo lançamento do edifício Cidade do Rio de Janeiro, na capital fluminense, três anos depois. Outros feitos de José Isaac incluem a construção do shopping center Ibirapuera, lançado em 1973, sendo a primeira experiência no ramo de shoppings e que deu início à Multiplan. A rede também é responsável pela criação do BH Shopping e do DiamondMall, na capital mineira; BarraShopping e New York City Center, no Rio de Janeiro; Shopping Morumbi e Shopping Anália Franco, em São Paulo, e ParkShopping, em Brasília, respectivamente. Outros empreendimentos incluem o RibeirãoShopping, em Ribeirão Preto; o CascaiShopping, em Portugal; o ParkShoppingBarigüi, em Curitiba, e o Barra Golden Green, condomínio no Rio de Janeiro. Em 2021, o grupo Multiplan lançou o 20º shopping, o ParkJacarepaguá. À Jovem Pan, a assessoria de José Isaac Peres afirmou estar apurando o caso.

José Koury

Também no ramo de shoppings, o empresário José Koury é proprietário do Barra World, localizado no Rio de Janeiro. O empreendimento é classificado como “muito além de um shopping, é o ponto de encontro da alegria, lugar para estimular a inocência e o sorriso de adultos e crianças”. No grupo de mensagens, José Koury disse que preferia “golpe do que a volta do PT [Partido dos Trabalhadores]”, iniciando as conversas sobre um golpe de Estado no Brasil, em caso de vitória de Lula nas eleições. “Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, afirmou nas mensagens.

Afrânio Barreira Filho

Engenheiro e natural do Ceará, o Afrânio Barreira Filho está à frente do Grupo Coco Bambu, um dos maiores conglomerados de restaurantes do Brasil. Com 64 restaurantes espalhados pelo país, o empreendimento teve início em Fortaleza, no Ceará, com o Dom Pastel, fundado por Afrânio e Daniela Barreira. Em 2019, o faturamento da rede era estimado em R$ 780 milhões. Em seu site, o restaurante destaca ser o “maior e melhor” do segmento no Brasil, com especialidade em frutos do mar. Em 2017, Afrânio Barreira Filho foi acusado de plagiar o restaurante Camarões, ícone gastronômico de Natal, no Rio Grande do Norte, e o empresário foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil aos donos do concorrente, por copiar o cardápio, layouts de menu, receitas e até contratar funcionários do Camarões. Na campanha do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, Afrânio fez uma doação de R$ 40 mil, também sendo um apoiador do presidente quanto ao tratamento precoce contra a Covid-19. A defesa de Barreira Filho afirma que a operação policial é “fruto de perseguição política e denúncias falsas”, sem qualquer fundamental. “A operação de hoje é fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não tem nenhum fundamento. E que seu cliente, Afrânio Barreira, está absolutamente tranquilo e colaborando com a busca da verdade, a qual resultará rapidamente no arquivamento da investigação”, disse Daniel Maia, advogado de Afrânio Barreira.

Marco Aurélio Raymundo

Marco Aurélio Raymundo é médico e proprietário da Mormaii, uma das principais rede de lojas de roupas e acessórios de surf do Brasil. A empresa é avaliada em 1 bilhão de dólares. No grupo de empresários, Marco Aurélio, também conhecido como Morongo, disse que o”7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”. A fala aconteceu após Ivan Wrobel, da W3 Engenharia, questionar se a Suprema Corte teria “coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”. Em outro momento, após declarações sobre possível golpe de Estado, Marco Aurélio disse que “golpe foi soltar o presidiário”, em referência ao ex-presidente Lula, que golpe é o STF “agir fora da Constituição, golpe é a velha mídia só fala merda”.

Meyer Joseph Nigri

Meyer Joseph Nigri é empresário e fundador da Tecnisa Engenharia, uma construtora fundada em 1977 em São Paulo, pelo então estudante de engenharia civil da Universidade de São Paulo. “Desde sua fundação, a Tecnisa sempre esteve à frente com inovações que marcaram época na construção civil brasileira”, informa o site da empresa, que entrou na Bolsa de Valores do Brasil em 2007, sendo uma empresa de capital aberto. Atualmente, Joseph Nigri é vice-presidente do Conselho de Administração da companhia, presidida pelo seu filho, Joseph Meyer Nigri. Em seu site, a Tecnisa Engenharia diz ser responsável por mais de 7,3 milhões de metros quadrados de empreendimentos, com mais de 46,5 mil unidades lançadas em todo o Brasil.

Luiz André Tissot

O empresário Luiz André Tissot defendeu na conversa com outros empreendedores, que um golpe de Estado no Brasil deveria ter acontecido nos primeiros dias de 2019, início do governo Bolsonaro. “Teríamos outros 10 anos a mais”, declarou em mensagem encaminhada ao grupo de Whatsapp. Proprietário da Sierra Móveis, André Tissot atua no ramo de mobiliário de luxo. Fundada em 1990, em Gramado, no Rio Grande do Sul, a empresa afirma ser “referência mundial no mercado de móveis e artigos de luxo”, estando presente em oito países, além do Brasil, atendendo públicos exigentes com madeira maciça extraída de forma renovável, a partir do reflorestamento. Em 2018, Tissot foi acusado de coação eleitoral com seus funcionários, por induzi-los a votar no então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro, após enviar uma carta aos trabalhadores do grupo afirmando sua intenção de voto e os motivos para eleger o atual presidente.

 

Fonte: JP

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