tudo passa

Egos obesos, mentes anoréxicas.

(A política e a bajulação)

Por Rafael Rocha em 10/02/2023 às 12:11:03

Na política, constantemente, nos deparamos com uma curiosa espécie que prolifera mais rápido que as algas: São os especialistas em quase tudo, que sabem um pouco de alguma coisa e não tem noção de quase nada.

É uma espécie cada vez mais comum de ser encontrada em torno de gabinetes e mandatos parlamentares. Sobrevive em qualquer ambiente político e se alimenta de qualquer coisa, desde que engorde seu ego obeso sem colocar em risco sua consciência anoréxica.

Conhecimento, informação e reputação são Indispensáveis na vida pública. Sempre foi. No meio político as coisas são em tempo real. Tudo é muito dinâmico e impreciso, o "time" político é literalmente instantâneo, não permite erros primários, não abre espaço para o achismo ou empirismo.

A ignorância é, assim, a irmã antagônica do conhecimento.

Não existe mais espaço para acomodar modelos e comportamentos fossilizados. Política é ciência; às vezes humana, outras desumana e até de vez em quando exata, pois em várias situações entramos sabendo o desfecho e o resultado final.

Ao que diz respeito a espécie em questão no texto, estão sempre bem protegidos por muros construídos de arrogância e bajulação, eles isolam seus "líderes" em posturas maniqueísta, promovendo um falso "empedestamento" (colocar em um pedestal - expressão comum na política) capaz de impedir com isso o contato com outros pontos de vista.

Os indivíduos dessa espécie fazem constantemente o uso de comportamento subserviente ao líder, mas em relação ao ambiente de trabalho tem a necessidade de desempenhar papéis nos quais sinta que possui algum poder sobre situações ou pessoas.

Apresentam alterações de afeto sobretudo quando são questionados em suas condutas. Incapazes de receber críticas ou opiniões não tem o menor pudor em protagonizar a velha prática de "puxada de tapete."

Em política, essa erva daninha, conhecida popularmente como Bajulador, se não detectada com antecedência e precisão, pode comprometer a colheita final: Resultado da eleição ou eficiência do mandato.

Plutarco, filósofo romano da antiguidade foi preciso ao dizer: "Bajular é uma forma de agradar para subjugar".

E onde há poder e poderosos, sempre haverá um ou mais bajuladores, que representam, com sua astúcia dissimulada, enorme perigo para os que ficam cegos com os seus elogios e suas práticas nefastas.

O bajulador é um parasita que tem sempre um elogio no bolso para agradar e exercer seu ofício com habilidade. A maior característica de um bajulador é criar um ambiente de intrigas e rumores, sendo para ele um campo ideal para colocar em prática toda a sua experiência na arte de bajular, visando privilégios e benefícios para si próprio.

O ambiente de trabalho contaminado por bajuladores se torna improdutivo e desmotivador.

Um líder que valoriza a meritocracia no ambiente de trabalho detesta bajuladores, porque tem a ciência que esses são extremamente prejudiciais em qualquer equipe. Além de ter a consciência que a bajulação tem por finalidade cegar a inteligência, para depois manipular e controlar as pessoas que caem em suas teias.

Por fim, concluo aqui, com o desejo que a nossa classe política tenha como exemplo a frase de um dos maiores líderes do nosso tempo:

"Livre-se dos bajuladores.

Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando você erra."

Barack Obama

Fonte: Rafael Rocha

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