Roberto Cláudio endivida Fortaleza para fazer obras em ano eleitoral
O Ministério Público deve acompanhar de perto a fiscalização desses feitos
É visível que Fortaleza se transformou em um canteiro de obras, principalmente em pontos estratégicos de mais visibilidade, como a Beira Mar e as grandes avenidas que cortam bairros nobres de Fortaleza. Anunciado no início de 2019, um investimento de R$ 1,5 bilhão, onde Fortaleza terá mais de 700 obras nas sete regionais da cidade, a época, tendo o programa iniciado ainda no segundo semestre de 2019.
O que não foi dito pelo Prefeito Roberto Cláudio, foi que os recursos aportados para transformar Fortaleza num canteiro de obras, é fruto de um endividamento jamais visto numa gestão pública de capital brasileira. A falsa impressão de contas saneadas e saúde orçamentária, da lugar a uma gestão que busca no endividamento exarcebado, como forma de mostrar feitos além de ciclofaixas e areninhas. A conta bilionária adquirida pelo Prefeito Roberto Cláudio junto ao BIRD e outras instituições, engessa a saúde financeira de Fortaleza para algumas gerações vindouras, e a falsa impressão de feitos públicos, é na verdade um tóxico endividamento para se perpetuar no poder.
Confira as aplicações previstas:
Infraestrutura (R$ 710,6 milhões)
- Reforma de 150 praças (R$ 30 milhões)
- 47 Areninhas (R$ 70 milhões)
- Drenagem e pavimentação (R$ 450 milhões)
- Pavimentações diversas (R$ 150 milhões)
- 59 novos Ecopontos (R$ 8,12 milhões)
- Ginásio Aécio de Borba (R$ 2,5 milhões)
Educação (R$ 375,75 milhões)
- 155 novas reformas de escolas e quadras (R$ 38,75 milhões)
- 26 novas escolas (R$ 247 milhões)
- 36 novas creches de tempo integral (R$ 90 milhões)
Urbanização e Meio-Ambiente (R$ 217 milhões)
- Parque Rachel de Queiroz (R$ 18 milhões)
- Novo Parque das Crianças (R$ 15 milhões)
- Requalificação da Orla do Rio Ceará (R$ 20 milhões)
- Parque Ecológico do Passaré 1ª etapa (R$ 17 milhões)
- Revitalização de parques e Lagoas: R$ 20 milhões para a Lagoa da Viúva, no Siqueira; R$ 4 milhões para a Lagoa da Maraponga; R$ 15 milhões para o Parque Riacho Maceió; R$ 15 milhões para a Lagoa do Mondubim e R$ 15 milhões para a Lagoa do Porangabussu)
- Requalificação e ordenamento de ambulantes (R$ 6 milhões na Praça José de Alencar e R$ 1 milhão no Passeio Público)
- Urbanização em áreas de extrema carência (R$ 71 milhões)
Saúde
- Sete novos postos de saúde (R$ 5,9 milhões)
- Reforma de postos de saúde (R$ 7,5 milhões)
- Implementação do Hospital da Criança (R$ 19.647.879,20)
- Reforma de hospitais (R$ 21.043.557,04)
- CAPS infantil no Bom Jardim (R$ 1,5 milhão)
- Clínica veterinária no Passaré e novo Vetmóvel (R$ 1,2 milhão)
- Programa Médico da Família Fortaleza (R$ 19 milhões/ano, com a contratação de 140 profissionais)
Mobilidade (R$ 160,1 milhões)
- Miniterminais (R$ 15 milhões)
- Requalificação de calçadas, canteiros e pavimentos (R$ 15 milhões na Av. Fernandes Távora e R$ 20 milhões na Av. José Bastos)
- Requalificação das vias, calçadas e canteiro central: R$ 7,5 milhões na Av. Desembargador Moreira, R$ 6 milhões nas Avs. Hist. Raimundo Girão/Br. de Studart, R$1,5 milhão na Rua dos Tabajaras, R$ 10 milhões nas ruas Vicente de Castro/ Adolfo Caminha e João Moreira; e R$ 1,5 milhão na Av. Dom Luís
- Novos binários (R$ 18,68 milhões)
- Requalificação de corredores de ônibus e alargamento das vias (R$ 30 milhões para a BR-116 e R$ 20 milhões para a Av. Sgt. Hermínio)
- Novas ciclofaixas (R$ 6,4 milhões)
- 130 novas estações do Bicicletar (R$ 8,6 milhões)
- Ar-condicionado nos ônibus
Proteção Social e Cultura (R$ 29,68 milhões)
- 10 torres de segurança (R$ 23 milhões)
- Agricultura urbana (R$ 1,68 milhão)
- Cinemas nos terminais (R$ 1 milhão)
- Meu Bairro Empreendedor (R$ 2 milhões no Bom Jardim e R$ 2 milhões no Mucuripe)
- Novos conselhos tutelares, programa Moradores de Rua, luz branca em 100% dos bairros de Fortaleza
É preciso uma reflexão diante do exposto. Será que as reformas dos postos de saúde são prioritárias ao invés de remédios? São ciclofaixas que os Fortalezenses reivindicam para pedalarem com a mínima segurança? O MP Cearense tem o dever funcional de fiscalizar cada obra anunciada, bem como monitorar os recursos liberados e as empresas executoras. Em ano eleitoral, priorizar o equilíbrio do pleito é dever Constitucional do Poder Judiciário.
Fonte: Redação