tudo passa

Exercícios pós-Covid pedem ida ao cardiologista, recomendam médicos

Por Mais Ceará em 26/07/2022 às 14:01:05

“Durante o esforço na atividade física, a pessoa pode precisar mais do coração e ter uma complicação. Nem toda arritmia causa morte súbita, mas pode trazer complicações. Como o músculo bate descompassado, perde a função e fica mais dilatado. Isso faz gerar mais arritmia. É como se fosse um círculo vicioso”, explica Sales.

Outra possibilidade é a ocorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). “Como o coração não bate direito, forma coágulos que podem ir para outra parte do corpo”, completa Sales.

De acordo com Piscopo, o primeiro passo é se submeter a uma anamnese, que pode ser feita por um clínico geral ou cardiologista. Depois, o paciente deverá passar por um exame clínico cardiológico.

Durante a investigação, é importante verificar se há sinal de insuficiência cardíaca, como inchaço dos membros inferiores, cansaço e falta de ar ao fazer pequenos ou médios esforços ou esforços progressivos.

Completam a lista de exames recomendados a ausculta cardíaca, o eletrocardiograma, o ecocardiograma -se houver suspeita de alguma doença cardíaca- e o teste de esforço. Pessoas com suspeita de miocardite também devem fazer uma ressonância magnética do coração.

Mesmo com a saúde do coração em dia, a volta para as atividades deverá ser progressiva e com cargas mais leves.

“Antes do retorno para a academia, à corrida ou à caminhada, pergunte-se: estou bem para voltar à atividade física que sempre fiz?”, diz Piscopo.

Para a empresária Andréa Bulbarelli, 52, moradora no Ipiranga (zona sul da capital), a resposta é sim. A atividade física estava inserida na sua vida desde antes da pandemia.

covid-19
Foto: José Fernando Ogura/AEN

“Eu nunca fiquei parada por longos períodos, mas também nunca fui uma atleta de carteirinha. Gosto de variar os treinos. Já fiz dança e amei, gosto de ioga e de caminhar pelo bairro”, comenta.

Antes da pandemia, ela praticava ioga, musculação e exercícios aeróbicos. Com a chegada da Covid, parou de se exercitar. Na época, a transmissão rápida do coronavírus obrigou o governo estadual a adotar medidas de restrição. As academias ficaram fechadas durante meses.

Em maio de 2021, a pressão arterial de Andrea descompensou. Preocupada, foi ao cardiologista, fez os exames solicitados e recebeu o diagnóstico de ansiedade. Dois meses depois, começou a praticar corrida de rua.

Em janeiro de 2022, Andréa pegou Covid-19. O fato de ter três doses da vacina no braço proporcionou uma recuperação rápida. Em 14 dias estava curada e de volta à corrida. Atualmente, ela divide os cinco dias da semana entre os treinos de corrida e de fortalecimento muscular. “A minha ideia é participar da [Corrida de] São Silvestre no final do ano”, afirma.

No pós Covid, Andréa não voltou ao cardiologista. Considerou o diagnóstico de meses atrás. “Não tenho nenhum problema cardiológico. O médico fez algumas recomendações e disse que o esporte deve fazer parte da minha vida”, conta.

Para Páblius Staduto Braga, médico especialista em medicina do esporte pela SBMEE (Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte) e pela Associação Médica Brasileira, caminhar e pedalar sem alcançar altos níveis de fadiga e exaustão são atividades indicadas para o recomeço de atividade física.

Ele chama a atenção para o cuidado que se deve ter com a corrida, se nunca praticou. Para os iniciantes, o ideal é alternar caminhada e pequenos trotes. Opte por distâncias curtas. “A corrida emagrece, mas se você nunca fez não vá simplesmente sair correndo.”

“Mesmo que não tenha problema cardíaco, ultrapassar o limite pode trazer doenças e lesões”, afirma Braga.

Outro alerta importante é para possíveis doenças que a pessoa possa ter adquirido sem saber durante o tempo em que ficou sedentária, como por exemplo a hipertensão. Faz toda a diferença para o corpo se exercitar com frequência e parar de repente.

“As pessoas querem bem-estar, fazer atividades que proporcionam prazer e boas experiências, mas sem limite. Tome cuidado. Fique atento ao seu corpo, ao cansaço acentuado, e a sintomas que não apresentava antes. Valorize as dores. Se sentir, procure imediatamente um especialista. Às vezes, é melhor dar um passo para trás e voltar aos poucos do que passar do limite e ter problemas mais para a frente”, orienta Braga.

“Vale o alerta: respeite seu corpo, o que você trata e os sintomas que não conhecia.”

Fonte: Banda B

Tags:   Saúde
Comunicar erro
CAMES

Comentários

Pintando o SeteAzul