Na teoria, a psicóloga Natália Rios teve R$ 15 mil para apresentar suas propostas na condição de candidata a vereadora de Fortaleza, na eleição de 2020. Na prática, ela teria utilizado outros R$ 135 mil para impulsionamentos de propaganda ilÃcita contra a candidatura majoritária de Capitão Wagner (Pros).
A denúncia é do Ministério Público Eleitoral (MPE), que entrou com ação por abuso de poder econômico, contra o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), e o vice-prefeito Élcio Batista (PSB), que poderá resultar na cassação de seus mandatos.
De acordo com o MPE, Sarto teria sido beneficiado da propaganda ilÃcita de Natália Rios contra Capitão Wagner.
O MPE apontou ainda que, por ter destinado quase 100% dos recursos da ordem de R$ 150 mil de sua campanha para realizar propaganda negativa, ao invés de promover suas propostas e ideias, a candidatura de Natália Rios teria sido fictÃcia, apenas para beneficiar o candidato de chapa majoritária.
"Nesse aspecto, não se identifica nos vÃdeos impugnados qualquer proposta para quando a candidata se tornasse vereadora, ou seja, não há propaganda positiva de suas próprias ideias. Desse modo, ainda que a candidata exerça sua liberdade de expressão, poderia até fazer crÃticas e comparações com o candidato da oposição, mas teria que promover a si própria enquanto pleiteante de um cargo eletivo, ou seja, teria que se fazer conhecer como futura vereadora e não como simples veiculadora de informações sobre o candidato a prefeito, sem destacar quais são suas propostas ou comparações para essas situações", ressaltou o MPE.
A psicóloga é a 13ª suplente do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza, com 3.542 votos. Natália Rios integra atualmente a Coordenadoria Especial de Participação Social (Ceps) da Prefeitura de Fortaleza.