tudo passa

Professor de 31 anos se emociona por conseguir beber água três semanas após sair da intubação

Por Mais Ceará em 29/03/2021 às 08:25:05

 

Outro tratamento

Ele foi internado há dois dias do Natal de 2020, depois de sentir muitas dores no corpo, no fundo dos olhos e um exame ter mostrado que seus pulmões estavam 50% comprometidos. Os médicos optaram então por interná-lo e comunicaram a ele a necessidade de intubação. Contudo, o organismo do professor não respondeu ao tratamento. Foi aí que entrou uma última alternativa.

“Esgotamos todas as alternativas de tratamento, principalmente de fisioterapia e ventilação mecânica e não temos resposta, a ECMO é nossa última opção”, explica o médico intensivista e coordenador da UTI do Hospital Marcelino Champagnat, Jarbas da Silva Motta Junior.

O tratamento com o aparelho ECMO não é indicado para todos os casos de Covid-19 pois que exige muito do corpo paciente. Um protocolo internacional determina as condições dos pacientes que podem ser submetidos ao exame.

Robert agora se recupera e já pensa em voltar a dar aulas. Mas, para ele, poder conseguir tomar água já foi uma vitória Foto: Divulgação

 

Como funciona o tratamento

O equipamento de ECMO faz o processo de oxigenação do sangue praticamente sozinho, permitindo que o pulmão descanse. Um tubo colocado na perna do paciente puxa o sangue com velocidade de até sete litros por minuto para a membrana extracorpórea, onde é realizada a troca gasosa, retirando o dióxido de carbono e colocando o oxigênio. Depois, o sangue oxigenado volta para o corpo do paciente por meio de uma conexão feita no pescoço.

O tratamento tem funcionado como um dos últimos recursos para casos de jovens pacientes, como professor Robert. No caso dele foi a salvação da vida.

“Acho que até hoje a ficha não caiu que fui para um último recurso, que sobrevivi à Covid. Minha recuperação está boa, tenho algumas sequelas nas mãos, não consigo movimentar a mão esquerda e nas pernas, ainda tenho um pouco de dificuldade para andar, mas espero me recuperar e poder voltar a trabalhar a dar aulas. Quero ajudar as pessoas”, disse o professor emocionado.

De acordo com a Elso (Organização para Suporte Vital Extracorpóreo), que é a instituição que regulamenta o uso e as diretrizes para a ECMO no mundo, antes da pandemia, a demanda pelo procedimento era prioritariamente para problemas cardíacos, com 70% dos casos, que, no total, giravam em torno de 150 a 200 por ano no Brasil.
Por se tratar de uma terapia complexa, para incorporar o tratamento com ECMO, além do aparelho, o hospital precisa de capacidade de intervenção bem avançada e equipes multidisciplinares treinadas para operar o equipamento e acompanhar os pacientes.

Fonte: Banda B

Comunicar erro
CAMES

Comentários

Pintando o SeteAzul