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Máscaras profissionais como a PFF2 podem ser indicadas para situações de maior risco; veja como usar

Por Mais Ceará em 11/03/2021 às 20:11:06

 

As máscaras que ficaram conhecidas no Brasil como N95 estão entre as que garantem maior grau de proteção contra a inalação de vírus e bactérias e chegam a filtrar cerca de 99% das gotículas que podem conter algum patógeno. A designação N95, porém, é o padrão americano para essas máscaras voltadas ao uso profissional. No Brasil, as máscaras equivalentes são as PFF2 (peça facial filtrante), que dão proteção semelhante.

Por causa dessa alta proteção, grupos têm se organizado pelas redes sociais para promover informação e facilitar o acesso da população às máscaras.

O site pffparatodos.com é um desses movimentos, surgido no início deste ano. De acordo com o idealizador, o empresário Bruno Carvalho, mais de 200 mil pessoas já visitaram o endereço eletrônico, que traz dicas revisadas por especialistas da área da saúde e indica lojas onde as máscaras podem ser encontradas.

“Se existe um equipamento de proteção barato e disponível, não há motivos para restringir o uso desse material”, afirma Carvalho. O preço das máscaras varia no mercado, mas Carvalho diz considerar aceitável pagar entre R$ 2 e R$ 10 por unidade.

Apesar de serem descritas como descartáveis, indica-se a reutilização da proteção durante a pandemia, desde que ela mantenha a vedação e não apresente desgastes que podem comprometer a funcionalidade. A vedação da máscara pode ser testada colocando as mãos ao redor da proteção já posicionada no rosto. Se ao inspirar e expirar o ar um vento for sentido nas mãos, então a máscara deixou de proteger e deve ser trocada.

As máscaras também não devem ser usadas em sequência. É preciso separar um intervalo de cerca de três dias para cada peça até o próximo uso. O ideal é que se tenha mais do que uma dessas máscaras se o uso for constante.

Especialistas da área da saúde reconhecem que as PFF2 podem ser uma boa opção para grupos de risco e também momentos de exposição a maiores riscos, como uma viagem de avião, no transporte público cheio ou durante a passagem por um local fechado e repleto de pessoas que não pode ser evitado.

Por outro lado, eles temem que um aumento súbito nas compras desses equipamentos possa gerar escassez do material para os profissionais da saúde, os que mais precisam do equipamento.

Em entrevista publicada na segunda-feira (8) na Revista CIPA, especializada em segurança do trabalho, o gerente-executivo da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho) Raul Casanova afirmou que as empresas do setor têm condições de atender um aumento de demanda das máscaras PFF2. Segundo ele, a produção mensal dos equipamentos está entre 40 milhões e 45 milhões de unidades.

O CDC (Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) não recomenda o uso das N95 pela população geral para evitar a falta do produto para os profissionais de saúde. A OMS (Organização Mundial da Saúde) e o CDC indicam o uso de máscaras de pano pela população geral–pessoas do grupo de risco podem buscar melhor proteção, como máscaras cirúrgicas, quando precisarem sair de casa.

Um artigo publicado em dezembro de 2020 na revista científica Aerosol Science and Technology por cientistas do CDC mostrou que máscaras feitas com três camadas de tecido de algodão têm poder para barrar 51% dos aerossóis que uma pessoa pode expelir em uma tosse. Uma máscara cirúrgica pode bloquear 59% dos aerossóis em uma mesma situação.

Segundo a virologista Jordana Alves Coelho dos Reis, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as novas variantes do vírus não alteram a eficácia de uma máscara de tecido bem feita e bem utilizada.

“As variantes têm capacidade maior de causar infecção depois de encontrar as células da mucosa. Para a pessoa ser infectada, os aerossóis e as gotículas precisam alcançar o rosto; o vírus atua da máscara para dentro, por isso máscara e distanciamento são importantes”, afirma.

Para Maura Salaroli de Oliveira, gerente médica do Centro de Controle de Infecção Hospitalar do hospital Sírio-Libanês, os casos de Covid-19 não aumentaram porque precisamos de máscaras melhores, mas porque as pessoas deixaram de usar máscaras e fazer o distanciamento físico.

“Vimos um relaxamento das medidas de proteção. A máscara sozinha não resolve tudo, ela não exclui a necessidade do distanciamento, e muitas pessoas não usam a máscara ou, quando usam, não o fazem corretamente. Mais importante do que inventar novas maneiras é voltar ao básico e fazê-lo bem feito”, afirma Oliveira.

Fonte: Banda B

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