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Campanha de Lira explora dissidências partidárias e vê disputa com Baleia decidida "voto a voto"

Por Mais Ceará em 06/01/2021 às 15:51:37

A pouco menos de um mês da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e seus aliados iniciaram, nesta semana, um calendário de viagens que visa costurar acordos, solidificar uma base de apoio e caminhar para a vitória contra o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato escolhido pelo atual comandante da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para sucedê-lo. Aliados de Lira, expoente do Centrão, contam com dissidências internas em partidos que aderiram ao bloco do emedebista para angariar votos e afirmam que a estratégia nesta reta final será o "contato individualizado" com cada um dos deputados. A eleição para a presidência da Câmara ocorrerá no dia 1º de fevereiro e, para vencer o pleito no primeiro turno, serão necessários 257 votos.

Um deputado do PP, correligionário de Lira, afirmou à Jovem Pan que o fato de os parlamentares não estarem diariamente circulando pelos corredores de Brasília, em razão da pandemia do novo coronavírus, dificulta a articulação política. Ele estima, porém, que, apesar de o bloco de Baleia Rossi ser numericamente maior, se comparado ao de Lira, a disputa está empatada. "Quando consideramos as dissidências, Arthur leva vantagem. Se olharmos para o PSDB, PSL, DEM, já está empatada a disputada. Vai ser voto a voto. Resta saber como o governo vai atuar. Porque o governo tem a máquina na mão e isso tem muito impacto", diz. Os deputados Celso Sabino (PSDB-PA) e Elmar Nascimento (DEM-BA) são dois dos parlamentares que compõem a comitiva de Arthur Lira, apesar de seus partidos terem anunciado adesão à candidatura de Baleia Rossi.

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Segundo apurou a Jovem Pan, a semana de Lira e seus aliados será intensa. Nesta terça-feira, 5, cumpriram agenda no Amapá e no Pará. Na manhã desta quarta-feira, 6, a comitiva pousou em Roraima e passará por para Manaus. Na quinta, a agenda será composta por compromissos no Acre e em Rondônia e, no final da semana, em Cuiabá. "E assim será nos 26 estados e no Distrito Federal. Nossa estratégia será a do contato direto com cada deputado. Até porque, isso é coerente com a nossa estratégia de ação em caso de vitória: dar voz a cada deputado", resume um membro da chapa de Arthur Lira. Além de Sabino e Nascimento, outro parlamentar que irá rodar o Brasil ao lado do candidato do PP é Marcelo Ramos (PL-AM), escolhido para ocupar o cargo de 1º vice-presidente.

Entre os aliados de Lira, há previsões otimistas e pessimistas. Um dos integrantes do grupo estima que o líder do Centrão possui 350 votos. Outros dois, por outro lado, dizem que o bloco poderá conquistar algo entre 270 e 280 votos. Além do PSDB, do DEM e do PSL, o entorno do candidato do PP está de olho na divisão interna do PSB, onde pelo menos 15 dos 30 membros da bancada dizem que votarão em Lira. Na avaliação de deputados ouvidos pela Jovem Pan, a migração de parlamentares do bloco de Maia para o de Lira se deve, entre outros fatores, ao que chamam de "condução equivocada" do atual presidente da Câmara. Antes de definir quem seria o seu candidato, o comandante da Casa estimulou diversas candidaturas (Elmar Nascimento, Aguinaldo Ribeiro, Luciano Bivar, Baleia Rossi, Marcos Pereira e Marcelo Ramos) e alguns desses postulantes afirmam terem se sentido usados por Maia. "O candidato do Rodrigo sempre foi ele mesmo. Ele estava esperando o aval do STF para concorrer à reeleição. Quando isso foi vedado, ele se viu em apuros, mas, a esta altura, já havia criado uma relação de desconfiança entre nós", diz um dos preteridos. "Dentro da Câmara, o Arthur é reconhecido por ser cumpridor de acordos. Sim é sim. Não é não. Ele é um homem de palavra e é isso o que permite que muitos parlamentares caminhem com ele", acrescenta.

Fonte: JP

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