tudo passa

Seguindo padrão atual de imunização, vacina para Covid-19 pode não funcionar no Brasil

Por Mais Ceará em 08/09/2020 às 17:51:29

Mesma coisa acontece com a Sputnik V, do Instituto Gamaleia, da Rússia, que tem acordo para produção anunciado com o governo do Paraná, e com a vacina da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca, que está em testes no Brasil. Ambas demandam duas doses cada.

Além disso, há expectativa de que a imunização contra Covid-19 tenha de ser reaplicada periodicamente. Há casos de pessoas que se contaminaram duas vezes pelo novo coronavírus em menos de seis meses.

"Ainda não sabemos o nível de proteção das vacinas e nem por quanto tempo essa proteção vai durar", diz a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, um dos principais defensores da expansão, acesso e elevação das vacinas em todo o mundo.

Na prática, uma vacina que tem mais de uma dose e que demanda reaplicação sistemática precisaria de uma campanha significativa de engajamento da população para dar certo –o que não tem acontecido no Brasil.

O tema da vacinação no país entrou em pauta depois de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou, no dia 31 de agosto, que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina". A afirmação foi reforçada nas redes sociais da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência.

A frase preocupou especialistas em saúde pública, que afirmam que o país deveria estar preparando a população -e a infraestrutura dos SUS- para uma possível vacina contra o novo coronavírus nos próximos meses.

Além da alta taxa de abandono entre doses, os números do Sistema Nacional de Imunização também mostram queda do total de população-alvo imunizada no país. Esses dados consideram a quantidade de gente que deveria ser vacinada em uma determinada faixa etária em relação à taxa de pessoas que foram imunizadas.

Em 2019, 71,9% da população-alvo foi imunizada considerando todas as vacinas do calendário do SUS (inclusive as infantis). A taxa está abaixo da média dos últimos vinte anos, que corresponde a 76% da população-alvo imunizada.

Com exceção de 2016, que teve uma queda acentuada de imunização (com apenas 50,4% da população-alvo vacinada), o índice de vacinação de 2019 é o pior desde 2000.

No Brasil, cientistas estimam que mais de dois terços da população do país teria de ser imunizada contra Covid-19 -com todas as doses- para se alcançar uma diminuição significativa da transmissão da doença. Se o padrão atual de imunização e de abandono de percurso for mantido, há risco de que isso não aconteça.

Publicado primeiro em Banda B » Seguindo padrão atual de imunização, vacina para Covid-19 pode não funcionar no Brasil

Fonte: Banda B

Comunicar erro
CAMES

Comentários

Pintando o SeteAzul