tudo passa

Rede invisível

Por Dr Alex Curvello

Por Mais Ceará em 07/10/2021 às 06:29:21

A semana ainda nem terminou e já tivemos dois acontecimentos marcantes, em primeiro ponto, vale o destaque para o período que o mundo passou sem acesso a inúmeras redes sociais, todas pertencentes ao grupo que o Sr. Mark Zuckerberg é proprietário.

De início fica sempre a reflexão do quanto a humanidade é dependente de uma rede invisível mas que manipula, controla e determina o que a maioria das pessoas devem fazer, entretanto foi pouco tempo para que nós conseguíssemos realmente despertar e perceber o início de novos horizontes e de um novo caminhar.

As redes sociais nos fazem observar aquilo que é transitório, a realidade muitas vezes se mostra distinta ao que é mostrado, mas a marionete que nos tornamos demonstra que damos demasiadamente importância a momentos efêmeros e sem sentindo interno.

O pequeno momento pensando sem a interferência de redes sociais, me fez refletir sobre como o sistema nos faz acreditar que os vários meios de "segurança" são "necessários" e "normais" para a humanidade, sendo que, até onde posso compreender uma porta giratória de banco, grades nas casas, detector de metais nos aeroportos, muros altos, limite de saques e transferências nos bancos, nada disso deveria ser normal, nada.

Tentei expor essa linha de raciocínio a um amigo em comum, escutei que a humanidade está em evolução, que antigamente as pessoas eram mais ignorantes, respondi que antigamente as pessoas navegavam olhando para as estrelas, a palavra tinha responsabilidade, sendo que hoje em dia mal se consegue ir no bairro vizinho sem um aplicativo de locomoção ou muito menos honrar um compromisso sem que se tenha um contrato firmado com firma reconhecida.

Posso até ser um sonhador, imaginando que um dia viver assim seria mais interessante, acredito que o universo sempre conspira a favor dos sonhadores e que esse sonho eu não vivo sozinho.

O outro momento importante na semana, aí mais precisamente para nós brasileiros foi o aniversário da nossa Constituição Federal, que no último dia 5 de outubro completou 33 anos de sua promulgação.

Muito além e qualquer controvérsia de cunho político, nossa Carta Magna assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais, sociais e humanos, permitindo a participação do Poder Judiciário para interferir quando houver lesão ou ameaça de lesão aos direitos constitucionais.

Com isso, entendo que toda ação do Estado deve primordialmente obedecer aos ditames constitucionais, garantindo a qualquer ser humano, sua segurança pessoal, alinhado à saúde e bem estar, que estão acima de qualquer interesse do próprio Estado, garantindo a proteção da sociedade e em respeito ao livre arbítrio de qualquer indivíduo.

Atualmente, não vejo que tenhamos esse respeito a nossa Constituição Federal de 1988, poderíamos associar a uma morte cerebral à nossa recente Constituição Cidadã, existindo, porém aparentemente morta, pois infelizmente vem sendo amplamente tolhida de seus preceitos legais.

Por fim, jamais, em momento algum, deixarei que o farol que ilumina toda essa esperança que tenho se apague e que eu possa vivenciar uma vida mais humana e com respeito total as leis e ao que acredito.

Alex Curvello

Advogado

@alexcurvello

Fonte: Dr Alex Curvello

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