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USP lança teste rápido de Covid-19 pela saliva nesta terça-feira

Por Mais Ceará em 30/11/2020 às 19:51:32

Um dos grandes desafios dos pesquisadores foi padronizar o teste, ou seja, criar soluções químicas que mantivessem o coronavírus estável, sem sofrer a ação das inúmeras enzimas presentes na saliva. Foram realizados mais de mil testes em 25 funcionários do Instituto de Química e 30 pessoas relacionadas ao Instituto de Biociências. "Com o teste RT-Lamp, a população poderá contar com uma opção mais acessível, segura e rápida de testagem", explica a coordenadora do projeto.

O teste da saliva e o PCR são diferentes dos chamados "testes rápidos", aqueles que pretendem detectar anticorpos contra o novo coronavírus em cerca de 20 minutos e são normalmente vendidos nas farmácias. Eles não servem para diagnosticar a covid-19 nem para definir casos assintomáticos. Eles identificam apenas se a pessoa possui anticorpos sem definir em que momento ela foi infectada. Além disso, nem todos os testes rápidos foram avaliados tecnicamente, o que pode contribuir para o aumento dos chamados falso negativos ou positivos.

Os pesquisadores alertam que as cargas do novo coronavírus são maiores do 2º ao 7º dia após o contágio, o que aumenta o risco de transmissão. Isso reforça a necessidade de realização de testes logo após a possível contaminação, assim que os primeiros sintomas forem percebidos.

O projeto de pesquisa do teste da saliva conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp) e da JBS, empresa do ramo alimentício que destinou R$ 50 milhões para 38 pesquisas científicas de enfrentamento ao coronavírus. Os pesquisadores agora buscam mais investimentos para ampliar a capacidade de testagem. O número de atendimentos por dia, por exemplo, pode aumentar.

Além disso, o objetivo é oferecer o teste em localidades com pouca infraestrutura para coleta e análise, incluindo os laboratórios de referência das universidades. "No momento atual é necessário um teste direto ao consumidor, de acesso fácil, custo acessível e que permita a testagem a fim de identificar pessoas infectadas. Qualquer teste deve apresentar uma boa sensibilidade para detectar altos níveis de cargas virais, que conferem maior risco de contágio. Esta estratégia é fundamental para detecção de assintomáticos e diminuição do risco de contágio", opina a pesquisadora.

Outras pesquisas

Detectar o novo coronavírus pela saliva é um tema que vem atraindo a atenção dos cientistas. Um grupo de pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, publicou artigo na revista científica MedRxiv apresentando o desenvolvimento de um teste para coronavírus a partir da saliva chamado SalivaDirect. Nos últimos meses, a Food and Drugs Administration (FDA), agência regulatória de medicamentos e alimentos americana, autorizou o desenvolvimento de cinco testes que utilizavam saliva como amostra.

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) também desenvolveram um teste semelhante. O projeto está em fase final de validação e, depois, seguirá para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Desenvolvido inicialmente para empresas e hospitais, o teste meuDNA Covid foi lançado no final do mês passado em uma parceria do laboratório Mendelics com o Hospital Sírio-Libanês. Disponível na capital e em algumas cidades da Grande São Paulo, o exame custa R$ 169 e o resultado também fica pronto em 24 horas.

Como fazer o teste da saliva?

Pessoalmente: Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP

Endereço: Rua do Matão, 106 – Cidade Universitária – Butantã

Remotamente: Kit para autocoleta entregue no endereço de preferência. O portador aguardará o paciente finalizar sua coleta para levar o material ao laboratório.

Valores: R$ 90,00 (USP) e R$ 150,00 (entrega)

Agendamento: www.genomacovid19.ib.usp.br/

Pagamento: cartão de crédito e boleto.

Prazo de entrega: 24 horas

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Fonte: Banda B

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